Hoje irei falar pra vocês sobre uma das personagens mais marcantes da história do México, Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderon. Revolucionária, patriota declarada e comunista, Frida Kahlo, como ela ficou conhecida, teve uma vida de superações e sofrimentos que eram refletidos em suas obras e a tornaram uma das maiores pintoras do século XX.
Quem é Frida Kahlo?
Frida Kahlo naceu em 6 de julho de 1907, em Coyocán, México. Sua vida se desenvolveu em um momento histórico, em que a luta por mudanças sociais no México começava a tomar força.
Com seis anos, Frida contraiu poliomelite, doença que a deixou na cama por vários dias e como sequela ela ficou com um dos pés atrofiado e uma perna mais fina que a outra. Desde pequena começou a mostrar sua grande personalidade e entrega à vida. Lutou não somente por sua vida, mas também por sua integridade emocional ao ter que conviver com as sequelas físicas deixadas por essa doença.
Decidiu estudar medicina e graças as mudanças sociais que aconteciam no México, Frida ingressou na Preparatoria Nacional de México, na primeira geração de 35 mulheres dessa instituição. Estando lá ela se uniu a um grupo político conhecido como "Los Cachuchas", o líder era Alejandro Gómez Arias, quem posteriormente se transformou no primeiro amor de Frida.
Em 17 de setembro de 1925, aos dezoito anos, acontece um fato trágico que mudaria sua vida para sempre, Frida viajava com Alejandro em um caminhão quando este bateu com um bonde. O acidente foi devastador e deixou Frida a beira da morte. Após 35 cirurgias e vários meses na cama Frida se recuperou. Durante o tempo de recuperação, ela aprendeu a conviver com o tédio que era estar imobilizada com um espatilho na cama, dessa maneira começou a pintar seus espartilhos com as aquarelas do seu pai Guillermo Kahlo. Ele tinha a pintura como passatempo mas Frida até então nunca esteve interessada na arte como uma carreira. Sua mãe, Matilde Calderón, mandou fabricar um cavalete especial para que Frida pudesse pintar deitada e colocou um espelho sobre o teto da sua cama, ela então faz seu primeiro autorretrato dedicado ao antigo namorado, Alejandro, que a havia abandonado. Ao todo ela pintou 55 autorretratos que representam um terço de toda sua obra e ela justificava: "Eu pinto autorretratos porque estou muitas vezes sozinha e porque eu sou a pessoa que eu conheço melhor".
Dois anos após o acidente Frida levou três de seus quadros a Diego Riviera, um famoso pintor da época, para que os analisasse. Esse encontro resultou na revelação de um grande amor e uma grande artista. Frida se casa em 1929, aos 22 anos, com Diego com quem teve um casamento tumultuado e instável. Morou nos Estados Unidos com o marido entre os anos de 1931 e 1934. Divorciou-se de Riviera em 1939, mas voltam a se casar em dezembro do ano seguinte. No mesmo ano (1939) Frida expôs sua obra em Paris, na galeria Renon et Collea.
Em 1941 morre seu pai, Guillermo Kahlo e ela e Diego se mudam para a "Casa Azul", hoje um museu em sua homenagem. Em 1942 Frida começa a escrever seu famoso diário, onde escreve sobre todas suas dores e pensamentos, cheio de ilustrações e cores. A partir de 1943 deu aulas de introdução à pintura na Escola La Esmeralda na Cidade do México. Com a saúde debilitada, Frida começa a lecionar em casa.
Com o quadro "Moisés", Frida ganha o Prêmio Nacional de Pintura concedido pelo Ministério da Cultura do México. Nesse período ela também é obrigada a fazer mais de seis cirurgias e usar um colete de ferro, tendo que usar uma cadeira de rodas.
Frida não teve filhos, sofreu três abortos devido a sequelas do acidente que a impossibilitavam de levar uma gestação até o final. Viveu apaixonadamente até o último dia de sua vida; refletindo assim o otimismo, fortaleza e coragem que a personificaram ao longo de toda sua existência.
Frida Kahlo morreu em 13 de julho de 1954 deixando um legado que segue impactando o mundo sem importar a idade, sexo ou nacionalidade.
"Para que preciso de pés quando tenho asas para voar"
Curiosidades sobre a pintora:
1) Via beleza nas tragédias irremediáveis da vida
As inspirações para suas pinturas e fotografias vieram de suas angústias e dificuldades em lidar com sua própria condição.
"A pintura tem ocupado minha vida. Perdi três filhos e uma série de coisas que poderiam ter preenchido a minha vida horrível. A pintura substituiu tudo. Eu acho que não há nada melhor do que trabalhar".2) Transformou suas deficiências em estilo
As roupas de Frida Kahlo viraram tendência e ícones de estilo, inclusive ganharam exposição e livro só para elas. Cheias de cores e ricas em elementos florais, sua autenticidade era uma forma de esconder suas deficiências provocadas pelo acidente, sofrido aos dezoito anos, e pelas sequelas deixadas pela poliomelite, aos seis anos. Seus sapatos eram adaptados exclusivamente para ela, para que ela pudesse nivelar sua altura e seus espartilhos eram na verdade coletes ortopédicos.3) Viveu um romance com Leon Trotsky
Frida e Diego eram amigos de revolucionários e chegaram a abrigar um dos ícones da revolução russa em casa: Leon Trotsky, sua mulher e netos foram acolhidos pelo casal. Frida e Trotsky tiveram um romance que durou quase um ano e havia recém terminado quando Diego o descobriu.
4) Foi capa da revista vogue
Em 2012, a Vogue México estampou sua capa no mês de Novembro com a pintora. Quase 60 anos após sua morte, uma imagem feita pelo fotógrafo Nickolas Muray estampou pela primeira vez a capa de uma revista de moda.5) Ninguém podia mexer nos pertences de Diego e Frida
Após a morte de Frida, Diego Riviera exigiu 15 anos de segredo para os pertences do casal. Ele morreu três anos depois, mas deixou Dolores Olmedo, colecionadora de arte, como administradora de seu acervo e ela se recusou a dar acesso às peças até para o Museu Frida Kahlo. Somente quando Dolores morreu, em 2004, que os objetos foram desbloqueados e formaram a exposição sobre as roupas e pertences de Frida nunca antes vistos pelo público.Frida Kahlo - Conexões entre Mulheres Surrealistas no México
A exposição que está na Caixa Cultural Rio de Janeiro desde o dia 29 de janeiro seguirá em cartaz até o dia 27 de março, com entrada livre mediante agendamento no site para visitação, a mostra reúne 30 obras da artista mexicana. Além dos trabalhos de Frida Kahlo - 20 óleos sobre tela e 10 obras em papel, entre desenhos, colagens e litografias - a cerca de 100 obras de outras 14 artistas, mulheres nascidas ou radicadas no México: Maria Izquierdo, Remedios Varo, Leonora Carrington, Rosa Rolanda, Lola Álvarez Bravo, Lucienne Bloch, Alice Rahon, Kati Horna, Bridget Tichenor, Jacqueline Lamba, Bona de Mandiargues, Cordélia Ureta, Olga Costa e Sylvia Fein.
Com curadoria da pesquisadora Teresa Arcq, a exposição apresenta um amplo panorama do pensamento plástico da artista, e revela a intricada rede e potente imaginário que se formaram, tendo como eixo sua figura.
As visitas podem ser agendadas pelo site e cada visitante, a partir de seu CPF, poderá reservar até 4 senhas. A visitação acontece de terça a domingo, de 10h às 21h.
Os agendamentos online estão esgotados. Um novo lote estará disponível a partir do dia 25 de fevereiro. Ainda é possível visitar a exposição retirando uma senha na bilheteria da Caixa Cultural, das 10h às 20h, mas é sujeito a lotação
"Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade"
Eu e minha mãe somos grandes fãs dessa artista maravilhosa e estamos ansiosas para irmos à exposição dela (meu pai agendou para o dia 26).
Todas as fotos nesse post foram tiradas de peças que temos em casa (eu disse que éramos fãs hahaha).
"Nada é absoluto. Tudo muda, tudo se move, tudo gira, tudo voa e desaparece."
Fontes: http://fkahlo.com/#
Caixa Cultural
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Um beijo,
Tudo muito bem explicativo... Adorei! Bjs
ResponderExcluirOii kaka, parabéns pelo post viu, vc escreve muito bem, e ficou tudo bem explicadinho.. Gostei muito !! Super beijo
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